Cientistas americanos estão testando uma técnica inédita de suspensão de animação em seres humanos. A ideia é que a pessoa fique no limiar entre a vida e a morte durante algumas horas para que os médicos possam salvar sua vida. As informações são do site New Scientist.
A técnica que será testada no UPMC Presbyterian Hospital, de Pittsburg, consiste na drenagem completa do sangue de um ser humano, sendo substituído por uma solução salina em uma baixa temperatura durante um curto período, em que ele é levado primeiramente ao coração e ao cérebro, e então o para todo o corpo.
Esse líquido causa uma pausa na atividade celular, assim como faz a hipotermia. Teoricamente, como as células resfriadas precisam de menos oxigênio, seria possível manter alguém vivo por mais tempo do que na temperatura de 37°C. Entretanto, ainda é preciso encontrar os pacientes perfeitos para que os médicos do hospital possam testar a nova técnica. O caso seria o de alguém que teve uma parada cardíaca devido a um ferimento como o causado por um tiro de arma de fogo. Durante a operação, que levaria cerca de duas horas, o paciente estaria clinicamente morto. Mas quando a cirurgia terminar e o sangue voltar ao corpo da pessoa, ela pode voltar à vida – ainda que seja necessária uma reanimação.
Essa técnica foi aplicada de forma bem-sucedida em 2012 em porcos, que retornaram do procedimento sem efeitos prejudiciais.
Mas a suspensão de animação pode funcionar como na ficção científica? O personagem Fry, da série animada Futurama, passa por um procedimento essencialmente parecido em 1999, mas acaba acordando apenas nos anos 3000. Bem, ao menos inicialmente, não. O processo seria viável se tudo fosse concluído em apenas algumas horas. Ainda não é desta vez que estamos nos deparando com algo que possibilita um salto para o futuro, mas a aplicação dessa técnica na medicina pode ajudar a salvar muitas vidas – e essa é a intenção dos pesquisadores.