O WhatsApp, as notificações de leitura e uma ansiedade irracional

Recentemente, o WhatsApp introduziu um recurso que permite que a outra pessoa saber quando a uma mensagem foi lida. Dois tiques azuis aparecem ao lado do texto enviado. Em meio a muitas brincadeiras geradas na internet logo após o anúncio da novidade, há um sentimento que precisa ser neutralizado: a ansiedade irracional por uma resposta.

Saber que alguém viu a sua mensagem não é uma novidade para quem já usa o Facebook Messenger, uma vez que esse recurso está disponível há mais de um ano (e já ensinamos aqui como você pode driblá-lo). Ainda assim, a ânsia por um retorno ainda é uma realidade no Brasil. A internet certamente não é um lugar para quem busca privacidade, mas devemos ter direito a, no mínimo, um tempo para refletir sobre algo que nos é dito. E talvez seja necessário muito mais do que breves segundos para absorver uma mensagem. Talvez, esse delay evite uma briga desnecessária ocasionada pela falta de entonação e nuances de uma conversa cara a cara. O erro não está na oferta do recurso (que, aliás, foi feita com uma magistralmente simples estratégia de marketing, liberando o recurso em uma semana e uma forma de revertê-lo na outra), mas, sim, nas pessoas.

Não há escassez de evidências sobre o fato de que o uso prolongado de internet, bem como a super exposição a informações geram ansiedade.

Mas, em suma, o que é preciso entender (ou reforçar) é que as pessoas não são obrigadas a falar com você, ou a fazer qualquer outra coisa, simplesmente porque você quer. As pessoas são diferentes, têm prioridades diferentes, em muitos casos. Outra questão a ser analisada com cautela em momentos de estresse é que você não sabe o que se passa na outra ponta daquela janela do WhatsApp.

Por isso, o mote aqui é o clichê: mantenha a calma. Não por ser um clichê um conselho se torna automaticamente ruim. Ele, na verdade, requer uma atenção especial porque tudo que é repetido a exaustão perde o sentido.

E mais: dá até pra ler uma notificação do WhatsApp sem precisar sequer desbloquear a tela (no caso de mensagens curtas). No iPhone, a prévia da mensagem é exibida por padrão. No Android, a pessoa pode instalar aplicativos de bloqueio de tela, como o SlideLock.

Enfim, se o caso for urgente, ligue para a pessoa (sei que ligar é chato, mas, às vezes, é preciso). Se não tiver créditos no celular, mas estiver em uma rede Wi-Fi, a dica é usar aplicativos de chamadas de voz, como o Viber. Não deixe uma simplória atualização de aplicativo te prejudicar.