Mega: o serviço nostálgico que dá 50 GB para liberar espaço no celular
Se você tem mais ou menos a minha idade, certamente já usou ou ouviu falar do Megaupload, um finado serviço de armazenamento na nuvem muito usado para compartilhar conteúdos protegidos por direitos autorais (aka filmes, séries, músicas e software). Tudo chegou ao fim quando o FBI tirou o site do ar. Seu acervo já reapareceu online algumas vezes e ainda deve circular por cantos obscuros da web. Depois de tudo isso, Kim Dotcom, o criador do Megaupload, lançou o serviço na nuvem chamado Mega. Ele oferece 50 GB de espaço para guardar qualquer tipo de arquivo gratuitamente e ainda promete criptografia AES 128-bit para proteger seus dados.
O Mega tem versão web e aplicativos para Android, iPhone e iPad. Você pode ativar o backup automático das suas fotos para liberar espaço no seu celular e não passar mais pela frustração de tentar tirar uma foto e ver a mensagem de seu aparelho não tem memória o suficiente para isso. Entre as opções gratuitas populares, somente o Google Fotos oferece tanto espaço na nuvem. O problema do Google Fotos é o mesmo de todos os serviços do Google: os dados serão analisados para que a empresa crie outros serviços ou funções – e você não receberá nada (além de um novo serviço) por isso. No caso do Fotos, em particular, a companhia utiliza as suas imagens para treinar algoritmos de inteligência artificial para o reconhecimento de pessoas, animais e paisagens. Mas vamos voltar ao Mega.
O mais interessante do Mega é que a criptografia dele para o compartilhamento de links é muito forte. A criptografia é no padrão AES 2048-bit. Com isso, você tem chaves públicas e privadas de criptografia para compartilhar arquivos com os seus amigos.
Você tem, claro, a opção de enviar links para os seus arquivos com ou sem essa chave de criptografia. Tudo depende do quanto o dado que você compartilha é sigiloso. É meio confuso, mas um link público deve ser compartilhado com a chave de criptografia. Se você escolher a opção sem a chave de criptografia, você precisará enviar, junto com o link, o código que aparece quando você selecionar a opção “Decryption key”.
Entretanto, há um porém no Mega. A empresa do Kim Dotcom, de alguma maneira nebulosa, consegue identificar quais são os arquivos duplicados armazenados em seus servidores. O objetivo? Poupar espaço e ganhar agilidade. Por exemplo, se você fizer o upload de uma música e eu já tiver feito isso antes, você vai baixar o arquivo a partir da minha cópia, não a partir da sua. Isso é uma questão importante para o caso de guardar na nuvem arquivos de filmes ou programas, mas nada disso vai acontecer com as suas fotos. Elas são únicas.
O segundo problema do serviço afeta quem não tem muita intimidade com tecnologia ou esquece senhas regularmente. A sua conta no Mega é muito protegida. Tanto, que é bem difícil recuperar a sua senha. Você precisa ter uma cópia da sua chave de recuperação.
Para fazer o download dela para o seu computador, você precisa clicar no seu perfil no Mega e depois em Backup Recovery Key. Você baixará um arquivo ou terá um link (que pode ser salvo em algum gerenciador de senhas) para baixá-lo.
Se você esquecer a sua senha e não tiver a cópia da chave de recuperação, você vai perder todos os seus arquivos dentro de 60 dias.
O Mega passou por alguns momentos difíceis em 2016, com o seu fundador, conhecido por seu estilo alarmista, dizendo em abril que o serviço poderia sair do ar e pedindo a todos os usuários que fizessem backups dos seus dados. Bem, estamos no final de 2016 e tudo segue funcionando. O Mega pode ser um ótimo serviço de nuvem grátis para guardar e compartilhar diversos arquivos. Mas sempre vale aquela velha máxima. “Backup: se você só tem um, então você não tem nenhum.” Por isso, é melhor guardar os seus arquivos importantes também em um HD ou em algum serviço nuvem, como o OneDrive, da Microsoft.