Audiolivros do Google: uma aposta difícil
Os audiolivros são formatos complexos de obras literárias. O brasileiro pode adorar um filme baseado em livro, mas raramente vemos alguém falando que ouviu um livro. Podcasts, por outro lado, são populares, cada um em seu nicho. Ainda assim, os audiolivros são um método válido de aumentar a qua tidade de livros com os quais os brasileiros têm contato. Nesta semana, o Google lançou uma sessão dedicada a eles no app Play Livros, para smartphones Android e iPhones.
O modelo adotado pela empresa de tecnologia é a venda de títulos individualmente, como em uma livraria mesmo. Prévias podem ser ouvidas, mas a obra completa é paga.
A estratégia é muito diferente da que foi adotada pelo Ubook ou pela Toca Livros, empresas do ramo no Brasil. A ideia deles é uma oferta ilimitada mediante assinaturas. Há ainda o polêmico 12Minutos, que oferece conteúdo autoral de resenhas de livros e não paga direitos aos autores, o que os desagrada.
A Amazon faz a mesma coisa com o seu serviço Audible, não disponível no Brasil. A diferença é que ela dá apenas três créditos por mês para seus assinantes, o que os limita a três obras ou duas, no caso de lançamentos.
Particulamente, acredito nos audiolivros. Para um país como o Brasil, o modelo à la Netflix é o melhor para os consumidores. Por outro lado, o modelo do Google é melhor para as editoras e autores. Por ora, porém, os audiolivros serão produtos para um mercado de nicho–enquanto os livros de papel continuam a se acumular nas casas das pessoas, às vezes até sem ser lidos.